Entrevista III
Entrevista realizada utilizando o método de história oral.
Observações: O material utilizado para a gravação da entrevista, foi uma
câmera digital.
Entrevistado: Marco Antônio, 33 anos
Entrevistadora: Paloma de Assis
- Nós gostaríamos de saber, o que você entende
por movimento hippie. O que você acha que era o movimento?
“ O movimento hippie era sexo, drogas, e rock in roll, morreu nos anos
70, no mesmo ano que nasceu.”
- Só isso?
“ É”...
- Há quanto tempo você faz parte desse movimento?
“Não faço parte de movimento nenhum. Sou único, único independente ,sou
livre pensador , faz 12 anos que penso por conta própria.”
- Então você vive sozinho. Não existe comunidade hippie?
“ Não existe mais, nunca existiu, isso é coisa da cabeça de um
monte de fresco. Não sou hippie primeiramente sou artista de rua, sou artesão,
eu não sou hippie. Hippie era um movimento dos anos 70 movimento histórico de
sexo, drogas e rock in roll. Ele morreu nos anos 70 , não faço sexo ao ar
livre, nem ando pelado eu sou artista de rua, e não divido a minha mulher com
ninguém...
- Quais os motivos que te levaram a ter essa metodologia de
vida. Esse pensamento?
“Porque é a única forma de ganhar dinheiro sem depender do sistema
capitalista, eu pego um pedaço de arame no chão e faço dinheiro e digo não a
indústria e ao sistema ganhando o dinheiro dele.”
- Sua família te apoia, você tem contato com ela?
“ família sou eu, minha mulher e meus três filhos, tenho parentes,
irmãos mãe. Mais família era só quando eu era pequenininho, morava na mesma
casa,comia na mesma panela. Quando você deixa de comer na mesma panela você não
é mais família, você é parente.”
- Quais os pontos positivos e negativos de viver desta forma
“O ponto positivo é que eu posso ir para onde eu quiser, na hora em que
eu quiser...ponto negativo é que acham que eu sou mendigo...”
- Você acredita que existe preconceito?
“Poxa esta palavra já é um preconceito, você acredita que existe
preconceito. Você já tá com preconceito de falar do preconceito. Ele é real, é
vivo é material, como está árvore. Olha pra mim, pro meu cabelo, você vem me
perguntar se eu passp por preconceito. Eu sou como se diz naquele programa de
humor ...eu sou a cara do preconceito..”
- É fácil fazer parte dessa filosofia de vida, de ser um artista de
rua?
“ Cara, pra mim a única coisa difícil nesse mundo é ter patrão...”
- Daqui a trinta anos você se imagina fazendo este trabalho que você
está fazendo agora?
“ Cara eu me imagino agora, daqui a trinta anos quem sou eu pra me
imaginar. Há doze anos atrás eu usava terno e gravata.
- Você gostaria de deixar alguma mensagem pro pessoal que vai ver
este vídeo?
Já deixei, você não acredita mas já ficou.
Muito obrigada .
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